“Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silencio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar….Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.”
Esta citação delicada e intensa, é da nossa grande Poetisa Brasileira, Cora Coralina e é dando as mãos a esta poética e forte mulher, que quero contar a vocês o que aprendi sobre o ofício de Doular.
Muitas pessoas se questionam sobre o que é que a Doula faz, quando foi que ela surgiu, qual a sua importância, quais as suas atribuições efetivas para a assistência ao Parto, e por que não dizer, qual a sua relevância. Para responder a estas indagações, precisamos lançar luz a estes pontos e esclarecer seus aspectos, evitando que a função da Doula seja mal interpretada ou até mesmo, concebida com menor importância no processo de Gestação/Parto e Pós Parto.

Desde a antiguidade temos registros da presença da Doula como suporte físico e emocional para a mulher que se encontra em trabalho de parto. Há retratações nas mais diversas civilizações sobre a existência desta mulher, que ampara e encoraja outras mulheres durante o trabalho de parto.
Mas, como isso efetivamente acontece?
É caráter da Doula, encontrar junto com a Parturiente alternativas não farmacológicas de alívio da dor durante o trabalho de parto, desde massagens, caminhadas, à palavras de incentivo e conforto.
A Doula deve encorajá-la emocionalmente, mostrando seus avanços, ela deve ser a intermediária entre os protocolos da equipe de assistência e a Parturiente, evitanto a alienação da Parturiente sobre as técnicas adotadas.
É de suma importância que a Doula saiba ser tão prestadora de informações quanto silenciosa, quando necessário. Respeitando sempre a demanda da Parturiente.
Cabe a Doula, ser sutil em suas propostas e cuidadora da harmonia do ambiente em que a mulher escolheu para Parir.
Todo este trabalho é realizadao não perdendo de vista, o forte o vínculo estabelecido com a Parturiente sobre o protagonismo desta em seu processo de Parir.
A Doula é a lembrança viva da Mulher de que seu Parto deve ser seu processo íntimo de reverência à sua força e liberdade.
Como os organismos de saúde nos vêm?
Tanto na Organização Mundial da Saúde quanto em publicações do Ministério da Saúde, há considerações sobre a relevância do trabalho da Doula para uma assistência Humanizada à Parturiente.
Assim, quero contar a vocês o que aprendi sobre o ofício de Doular. O trabalho da Doula se inicia na gestação, onde, através de conversas e encontros ela vai aproximando as questões referentes aos processos de Gestar/Parir àquela composição familiar que receberá em breve mais um novo e pequenino integrante.
Embora a Doula seja também uma estudiosa sobre os processos de Gestar/Parir, não cabe a ela nenhuma intervenção técnica destes processos, para isso, os demais profissionais da assistência ao parto é que devem fazê-lo, sendo eles: Obstetrizes (Parteiras), Enfermeiras (os) Obstétricas, médicas (os) Obstetras, Pediatras
Por isso, não se esqueça: Doula não faz parto e nem pertence a equipe técnica habilitada para isso.
O parto é um evento fisiológico realizado pela própria parturiente, e a presença da equipe que ela escolheu para lhe dar assistência, deve sempre contar com um ou mais dos profissionais acima.
Tendo finalizado o trabalho de Parto e Parto, é comum a contribuição das Doulas no pós parto, por isso, seu envolvimento com a mulher recém parida não se encerra necessariamente ao final do parto.
É também papel da Doula dar suporte a mulher Puérpera, conforme a demanda desta e o estabelecido entre as partes.
Ou seja, a caminhada da Doula junto a esta mulher que acaba de tornar-se mãe, pode se estender para esta época tão importante quanto intensa que é o Puerpério.
E como nos ensina a Cora, isto é, amor que promove.
Um bjo carinhoso, Camila Aguiar!